Política

Câmara debate tarifa cobrada pelo transporte público urbano

A Câmara Municipal de Araxá promoveu Fórum Comunitário para debater sobre a tarifa cobrada pelo uso do transporte público urbano, nesta segunda-feira (3), na Casa da Cidadania, mediante requerimento do vereador Fárley Cabeleireiro (PT).  Além dos parlamentares, a audiência contou com as presenças de representantes da Prefeitura Municipal de Araxá, da empresa Vera Cruz Transporte (concessionária do serviço), imprensa e comunidade.

Atualmente com valor fixado em R$ 2,65, o aumento da tarifa do transporte público urbano em Araxá, que costuma ter reajuste ao final de cada ano, é sempre motivo de reclamação por parte dos usuários.

Por parte da prefeitura, a assessora municipal de Trânsito e Transportes, Viviani Antunes Gomes, fez apresentação sobre a complexidade que o setor de transporte vem ganhando com o aumento do número de veículos, em Araxá já são 51 mil emplacados e média de 1,9 habitante por veículo, além de esclarecer o contrato de concessão do serviço entre o poder público e a empresa.

O diretor Comercial e de Operação da Vera Cruz Transporte, Wagner Tannús, apresentou detalhadamente sobre o funcionamento do serviço e relatou que o reajuste é calculado com a soma dos custos fixo (salários, depreciação e outros) e variável (combustível, manutenção e outros) dividida pelo número de pessoas que pagam pelo serviço, e quociente multiplicado aos impostos.

Entre suas considerações, ele afirmou que as empresas de transporte que detêm a concessão do transporte público necessitam de mais incentivos (desonerações) por parte do poder público, da mesma maneira que os setores da indústria vêm tendo, para que realmente a tarifa tenha preço mais acessível ao usuário. Ele exemplificou os recentes benefícios que a indústria automobilística vem tendo com a redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para alavancar a produção.

“Levando em consideração a planilha de custos aonde foi levada em consideração o custos fixos e variáveis divididos pelo número de pessoas que remuneram o transporte público urbano e multiplicados pelos impostos, a tarifa é devida. Talvez seja cara pela realidade, mas é devida. Então temos que buscar ações que possam desonerar o transporte para que o custo seja reduzido e essa tarifa consequentemente também”, disse.

“Quando eu digo que dependemos muito das políticas públicas do governo federal, é porque realmente ele toma algumas atitudes visando outros lados da indústria, como a isenção do IPI dos carros particulares, olhando também o lado do crescimento, mas prejudica o outro setor. Para que a gente possa realmente ter uma tarifa adequada ao bolso do usuário, é a questão da desoneração, não vejo outro caminho”, afirma Wagner.

O vereador Fárley afirma que este foi o primeiro passo para que a questão da tarifa do transporte público urbano seja revista. “Entendemos que a população de Araxá hoje está insatisfeita com o transporte no que se refere à tarifa e a acha cara, e entendemos também que está cara. Se basearmos no salário mínimo no qual teve aumento 9% , o transporte teve aumento de 10,48% no último reajuste. Mas isso é o primeiro passo, vamos discutir e conversar, apresentar alguns requerimentos e tomar algumas providências, caso nosso jurídico entender que devemos acrescentar algo mais”, diz.

Entre algumas soluções, ele defende a criação do Conselho Municipal do Transporte para que a questão do reajuste seja debatida de forma mais simplificada. “É a população que vem a ganhar com isso”, conclui o vereador.

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