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Missão internacional consolida parceria entre Cefet-MG e Prefeitura de Araxá.

A missão internacional que busca subsídios para a implantação do projeto Cidade Tecnológica composta por representantes da Prefeitura de Araxá e do Cefet-MG, dentre outros, permaneceu na Espanha até este domingo,14, de onde seguiu para a China. Depois de dois dias de contatos com várias empresas em Madri e no Parque Tecnológico de Bociello em Valladolid, na provincia de Castilla e Lèon, o prefeito Jeová Moreira da Costa, o diretor Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), Márcio Silva Basílio, e o diretor adjunto de Pesquisa e Pós-graduação, Patterson Patrício de Sousa, estabeleceram as bases da parceria entre a instituição e o município.

 

Patterson é doutor em química analítica e trabalha com pesquisa de conversão de biomassa em produtos de valor agregado utilizando o nióbio. Segundo ele, a instituição foi contatada em 2011 pelo prefeito, quando demonstrou interesse em fazer parte do projeto de implantação do parque tecnológico de Araxá. Depois dos entendimentos iniciais, Patterson representou o Cefet-MG numa missão realizada nos EUA, junto com o secretário municipal de Assuntos Jurídicos, André Sampaio, e o ex assessor municipal de Araxá e atual secretario municipal de Desenvolvimento Econômico de Betim, Alex Ribeiro, realizada em 2012.

 

“O meu nome foi pensado por dois motivos, primeiro por ser diretor de Pesquisa para dar essa visão institucional em relação à participação do Cefet e, em segundo, por trabalhar com pesquisa em nióbio. E nessa primeira imersão nos EUA, eu me interessei pelo assunto e comecei a estudá-lo mais, num esforço institucional na formação dos conceitos e de todo o funcionamento de parque tecnológico e a sua interação com a universidade”, explica.

 

Segundo ele, o investimento pela participação dele nas missões tem sido feito pelo Cefet-MG que o designou para ter as informações sobre o projeto Cidade Tecnológica de Araxá de forma consonante. “É normal se agregar a uma pessoa todo o fluxo de informações”, diz. Patterson esclarece que o nióbio é um metal interessantes de trabalhar pela pesquisa por ter esse acesso restrito em Minas Gerais. “E por ser só o nosso grupo de pesquisa, fica um material que sempre na comunidade acadêmica há um interesse muito grande”, afirma.

 

Patterson acrescenta que trabalha nessa pesquisa junto com o doutor Luis Carlos Alves de Oliveira. “Um professor que tem uma quantidade imensa de publicações utilizando nióbio, tanto na industria energética agregando valor à biomassa, especificamente o glicerol, quanto a sua aplicação em processos oxidativos avançados com o intuito ambiental”, informa. O diretor acrescenta que o professor Luis Carlos trabalha com essa linha de pesquisa há mais tempo e ele entrou no grupo dele há dois anos, na parte analítica. “Eu faço análise dos materiais que são fabricados”, esclarece.

 

Araxá

Patterson diz que são varias as vertentes de interesse do Cefet no parque tecnológico de Araxá. Segundo ele, a primeira delas é o desenvolvimento da unidade de Araxá do Cefet-MG em relação à montagem de laboratórios de pesquisas, para que o pesquisador consiga desenvolver o trabalho dele. O diretor acrescenta que outro aspecto é a capacidade de fixar doutores em engenharias num mercado superaquecido fora dos grandes pólos, como Belo Horizonte e Campinas. De acordo com ele, geralmente os grandes pesquisadores vão para a Universidade de São Paulo (USP). “Então, ter um laboratório é um fator a mais para trazer esse pesquisador para araxá”, completa.

 

Segundo ele, um terceiro aspecto é o próprio desenvolvimento da universidade em si. “Ter uma cidade onde se consegue o retorno da universidade em relação ao papel dela, como um centro do conhecimento e do desenvolvimento de tecnología, na teoria mesmo. O director diz que todos esses aspectos estão sendo interagidos. “Há um envolvimento e você ter a capacidade de atuar nesse setor, fazer um bem para a cidade dentro de uma parceria de montar um parque que vai agregar valor, num centro tecnológico de desenvolvimento de tecnología, estar fazendo o papel que é nosso.”

 

Ele informa que, além de Araxá, está sendo trabalhado um outro projeto de Cidade Tecnológica pelo Cefet-MG, em Divinópolis. Segundo ele,  que possui duas vertentes, as áreas de mecatrônica e outra de ferrovías. “Onde estão também montando um projeto nas áreas de parque tecnológico em parceria com o Cefet-MG”, esclarece.

 

Missão

De acordo com Pastterson, o resultado da missão deve ser pensado de várias formas. “Uma delas, é a mudança de visão que a gente tem sobre um problema. Antes da missão nos EUA, a minha visão como papel do Cefet era uma e, depois, ampliou-se no sentido de ser trabalhado o papel desenvolvedor de tecnología, não só no do técnico. Essa visão eu adquiri lá e, como primeiro retorno imediato, é ter as pessoas envolvidas na implantação desse parque, ter uma maturidade em relação a tudo que o envolve.”

 

Segundo ele, não é só montar uma empresa e ver o que acontece, porque a cidade é que vai ganhar um centro de pesquisa, com empresas de tecnologia trabalhando e gerando empregos de maior salário. “E a economia vai mudando, de não estar só trabalhando com empresas mineradoras, mas também desenvolvedoras de tecnologia. É um campo a mais para a cidade, não é só relativo a impostos, mas na possibilidade daquele profissional que cresceu e estudou em Araxá, de ter um trabalho que justifique a sua formação especializada que ele conseguiu, por exemplo, no Cefet-MG.” Ele destaca que o principal ganho é a fixação do profissional gabaritado na própria cidade.

 

Perspectiva

Para Patterson, é boa a perspectiva de efetiva implantação da Cidade Tecnológica. “Primeiro, depende do fator econômico, e, é viável. Então, por mais que se estipule barato, caro, ver que se tem um resíduo rentável, não tem como isso dar prejuízo. Se o fator econômico for vencido, vem o político e é uma necessidade estratégica do país, Estado e município de desenvolver essa tecnologia. Então, além do financeiro e do político, tem também o fator ambiental, é a solução de um problema que tem que ser resolvido e passa pela implantação de um parque que vai conseguir faturar e trazer emprego para a cidade. Por que não daria certo?”, questiona.

 

Cefet

O diretor diz que desde a primeira missão o Cefet já se colocou como parceiro do projeto. “Que não quer dizer só ir junto numa missão ou participar numa opinião em relação à formação dos nossos profissionais. É estar trabalhando junto e fazer acontecer. O investimento que o Cefet está fazendo nesse sentido está sendo claro desde o início e, com certeza, vai ser parceiro sim.”

 

Terras raras

Patterson explica que a grande questão é conseguir retirar a maior quantidade de metais classificados como terras raras daquele resíduo todo que está na extração do nióbio. “É um interesse mundial, vimos isso nos EUA e aqui na Espanha. É estratégico para o desenvolvimento das energias alternativas. O magneto de alta performance passa por uma aplicação efetivo dessas terras raras e a questão é como beneficiar isto da forma mais barata possível. O que é objeto de pesquisa em varias universidades e não ainda no Cefet”, diz. Ele acredita que, por isso, a instituição tem que estar junta na implantação de um laboratório e na fixação de futuros pesquisadores na cidade que trabalhem no Cefet e se interessem pelo assunto.

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