Primeiro dia de Fliaraxá teve Monja Coen, Cacá Carvalho e mesa sobre Guimarães Rosa e Graciliano Ramos
Em dia de jogo decisivo para a Seleção Brasileira, o Fliaraxá abriu as portas mais cedo para a transmissão da partida Brasil x Sérvia no Espaço Gastronômico, reunindo grande público e um time de escritores. Leonardo Boff, Gonçalo Tavares, Sérgio Abranches, Leo Cunha, Fê Liz, Tino Freitas, José Santos e outros convidados do Festival assistiram juntos à vitória do Brasil. O grupo Samba Quente animou a festa durante o intervalo e após a partida.
Na área externa, o tradicional corte da fita oficializou a abertura do VII Fliaraxá com a presença dos escritores Leonardo Boff, Leila Ferreira e do gerente de engenharia da CBMM, Leonardo da Rocha e Silva.
Na mesa dos patronos, Heloísa Starling, Wander Melo Miranda e Ricardo Ramos Filho falaram sobre as obras dos patronos do VII Fliaraxá – Guimarães Rosa e Graciliano Ramos. Na conversa, literatura e história do Brasil se misturaram em análises capazes de conectar momentos da memória nacional e estabelecer pontes entre o trabalho dos dois escritores. A construção da ideia de “sertão” no imaginário e na cultura brasileira, traços biográficos dos autores e a relação entre os dois foram algumas das questões debatidas. Na plateia, as presenças ilustres de Pedro Bandeira, Monja Coen, Fernando Rabelo, Leo Cunha, Luiz Ruffato, entre outros. Os autores lembraram ainda a relação de Graciliano Ramos com Araxá: um de seus filhos escolheu a cidade mineira para viver.
Na sequência, o ator, diretor e autor Cacá Carvalho apresentou uma leitura dramatizada do texto Pormenor da Ausência, de Livia de Sá Baião. O trabalho inédito trata dos últimos anos de Guimarães Rosa e retoma a posse do autor na Academia Brasileira de Letras. O texto foi editado em livretos e distribuído para o público.
Sala lotada e fila para a participação da Monja Coen. A escritora e monja falou sobre seu livro O Inferno Somos Nós (Ed. Papirus), escrito em parceria com Leandro Karnal; do medo e do desencanto como elementos que permeiam a nossa sociedade; além do seu esforço pela disseminação do zen budismo e de uma cultura de paz. O evento teve transmissão simultânea em um telão montado na área externa e na página do Fliaraxá no Facebook (facebook.com/Fliaraxa). Os autógrafos se estenderam noite adentro na livraria do Festival.
O violonista, arranjador e compositor mineiro Thiago Delegado encerrou a programação com o melhor do samba. No palco principal, seu violão de sete cordas animou o público. Delegado deixou claro porque é considerado uma das grandes revelações do gênero musical, atestando a vitalidade do samba mineiro.
Acompanhe a cobertura fotográfica do evento atualizada em tempo real: https://bit.ly/2KpW4ok
Com o tema “Alma, Leitura e Revolução”, o Fliaraxá segue até o dia 1 de julho, com ampla programação, nas dependências do Tauá Grande Hotel de Araxá.
A Revista Nosso Tempo esteve com a Monja Coen no VII Fliaraxá. Nascida em 1947, em São Paulo, a Monja Coen foi jornalista profissional e após uma transferência a trabalho para Los Angeles, Califórnia, iniciou suas praticas regulares na tradição budista no Zen Center of Los Angeles, onde fez seus votos monásticos em 1983. Fundadora da Comunidade Zen Budista e autora de seis livros, a Monja Coen é a primeira mulher e primeira monja de ascendência não-japonesa a assumir a Presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil, a Monja Coen. Ela se tornou conhecida por compartilhar todo seu conhecimento de forma serena e acessível.