Cultura

Sempre Um Papo terá Denise Fraga em Araxá dessa vez.

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O Sempre Um Papo e o Circuito CBMM de Cultura traz a Araxá a atriz e cronista Denise Fraga para o debate e o lançamento do livro “Travessuras de Mãe”. Trata-se de uma seleção de crônicas, publicadas na revista Crescer. Os textos misturam delicadeza, dúvidas, bom humor, vontade de acertar, otimismo e muito amor sobre o prazer e, muitas vezes, a completa loucura que é criar e educar os filhos. Como mãe, Denise vive na prática todos estes sentimentos diariamente e seus textos e reflexões fazem o leitor rir, chorar e também refletir. O evento ocorre no dia 17 de junho de 2013, segunda-feira, às 19h30, com entrada gratuita no Cine Teatro Brasil, Rua Presidente Olegário Maciel 187, Centro.

O livro “Travessuras de Mãe” traz uma seleção de 72 crônicas, distribuídas em 240 páginas, textos que a atriz publicou na revista Crescer. “Tive filho com trinta e três anos sem nunca ter trocado uma fralda. As últimas que havia visto trocar eram de pano, do meu primo Leo, hoje barbudo”, escreve. Quando sua barriga começou a crescer, Denise diz que relembrou a pequena malinha florida, que havia ganhado de sua avó, cheia de roupinhas de boneca. “Era mais ou menos igual à gaveta onde agora guardava o enxoval. Só que não era de Tippy, Manequinho ou Fofinho que ia brincar. Agora ia brincar de gente!!!”.

Na primeira crônica, “O começo de tudo”, Denise diz que dúvidas e culpas em relação aos filhos a fizeram pensar em criar uma organização, a Mães Atormentadas Anônimas. Até porque, afirma, os pequenos vêm “sem manual de instrução”. O livro traz passagens engraçadas, como as frases que ouviu de uma nutricionista depois do segundo parto. Denise queria recuperar a forma física, embora ainda estivesse amamentando. “Em nove meses você fabricou três quilos de carne e agora produz diariamente uns três litros de leite. Você precisa comer!”, aconselhou a profissional. Naquele momento, é como se a atriz tivesse resgatado o verdadeiro sentido de dar à luz: “É uma loucura, nós fabricamos gente! Carne, ossos, cabelos!”.

Outro momento divertido do livro é o que marca a coincidência de três gestações: o de Denise, o da vaca Mascarada e o da cadela Bolacha – as duas moradoras do sítio da família. “O bezerro Sapudo em minutos andava, e os onze cachorrinhos da Bolacha, assim que nasceram, brigavam enlouquecidos por suas oito tetas, enquanto eu colocava espelhinho na frente do nariz do pequeno humano Pedro para ver se ele respirava.” Alguém poderia dizer que essa atitude é típica de mãe inexperiente, mas Denise já havia tido Nino – e sua casa foi por um período uma arena de fraldas e mamadeiras. E de emoções variadas. “É um amor que dói”, escreve. “Não sabia que ser mãe era perceber o milagre da construção humana.”

Como qualquer mãe que trabalha Denise sempre ouve a fatídica pergunta: “Como você concilia a vida de mãe e atriz?”. Ela acha que tem mais tempo para os filhos do que se estivesse trabalhando em uma multinacional das nove às nove. E admite que é preciso lidar com a falta de rotina – ponto negativo – e com a imprevisibilidade – ponto positivo, já que seus filhos podem ser surpreendidos com um passeio ao zoológico em plena quarta-feira. Em momentos que o trabalho aperta, e Denise passa a chegar em casa às duas da manhã, os meninos ficam mais ligados ao pai e o ciúme materno vem à tona. “Uma manhã, acordei às sete com o pequeno Pedro chamando ‘papaaaaai’. Como papaaaai?!!! De manhã, você sempre chamou a mamãe! Me contentei com as cinco horas de sono e fui resgatar o meu mamãe de volta. Quisemos ter filhos como nossas avós, mas trabalhamos duro como nossos avôs.”

Denise Fraga possui formação teatral e por seis anos atuou como a empregada Olímpia, no espetáculo “Trair e coçar, é só começar”. Na TV, estreou na novela “Bambolê” em 1987, mas alcançou sucesso nacional com a personagem Ritinha na novela “Barriga de Aluguel”. No programa “Fantástico”, da Rede Globo, fez o quadro “Retrato Falado”, que depois, virou livro. É casada com o diretor Luiz Villaça e tem dois filhos.

 

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